Um caleidoscópio. Nesta trilha, as múltiplas possibilidades de contarmos as histórias das independências do Brasil se revelam em espelhos coloridos do passado. As narrativas surgem quando o movimentamos e os espectros mostram as passagens.
Inserida em uma intensa crise atlântica que se destacou por um conjunto de tensões de variadas cores e contornos, o processo de Independência do Brasil foi uma experiência histórica marcada por novas possibilidades de futuro. O ofício do historiador é constante e a passagem do tempo faz surgir novos horizontes. Ao revelar os inúmeros atores desse passado, suas experiências, agências, formas de luta e resistência, as narrativas buscam evidenciar as expectativas e, também, os mais diversos sentidos de liberdade e de independência, ou seja, a construção de novos significados e possíveis históricos.
Dos incontáveis movimentos que moldaram esse processo, podemos salientar: os inconfidentes mineiros de 1789 que destacaram os sentidos de República; a conjuração carioca de 1794 que combinou as possibilidades democráticas e republicanas; os conjurados baianos de 1798 que alargaram os sentidos de liberdade para a imensa população escravizada; nos pernambucanos de 1817 que colocaram em prática novos sentidos de revolução, incluindo questões como pátria e cidadania nesses novos horizontes de possibilidades.
Longe de encerrar as reflexões sobre as independências, essa trilha convida à disputar os sentidos do bicentenário da independência do Brasil, expondo os esforços do passado que tentaram silenciar outros projetos de nação e compreender as diversas demandas populares e os seus sentidos de liberdade e independência na construção do Estado brasileiro.