A Revolução do Haiti desenhada: o uso de quadrinhos em sala de aula

 

Julia Teixeira da Silva

 

Resumo: Esta sequência didática foi pensada com o propósito de colocar a Revolução do Haiti em destaque, concedendo-a uma importância que nem sempre foi alcançada. Assim como podemos observar na BNCC, o tema é apresentado como um reflexo, consequência e desencadeamento da Revolução Francesa, não tendo o protagonismo que merece. Um protagonismo por ser o único país das Américas que conquistou sua independência por um levante negro, com participação ativa de ex-escravos, apagando totalmente o eurocentrismo sobre a historiografia do processo revolucionário do país. Colocar a Revolução do Haiti como um mero acessório da metrópole francesa é descaracterizar toda a resistência negra e latina do país.
Portanto, para priorizar a Revolução do Haiti, observando a importância desse tema, a ideia da proposta pedagógica é trabalhar com determinado material didático em sala de aula: desta vez, utilizando um livro em quadrinhos, intitulado A Revolução que deu origem ao Haiti. Esta sequência didática está dividida em 3 partes: a primeira parte tem como objetivo introduzir o tema, primeiro trabalhando as questões básicas e anteriores à Revolução, depois tratando da Revolução em si. Na segunda parte será trabalhado o livro, realizando uma leitura coletiva e um debate, trazendo algumas questões presentes no livro. Todavia, questões exteriores à Revolução podem ser pensadas e colocadas em prática na sala de aula. Por fim, expor algumas formas de avaliação que podem ser utilizadas.

 

Acesse a biografia aqui:
https://portaldobicentenario.org.br/wp-content/uploads/2023/09/SEQUENCIA-DIDATICA-Revolucao-do-Haiti-1.pdf

A imagem apresenta uma pintura a óleo, no qual retrata uma batalha entre os soldados franceses e a população negra, em São Domingos.

Obra Slave Uprising, 1979

 

Créditos: Jean-Pierre, Ulrick (Haitian, b. 1955)

 

#ParaTodesVerem: A imagem apresenta uma pintura a óleo, no qual retrata uma batalha entre os soldados franceses e a população negra, em São Domingos.

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Sobre o autor(a): Julia Teixeira da Silva (juteixeirasilva@id.uff.br): Graduanda em História (Licenciatura) pela Universidade Federal Fluminense. Possui interesse nas áreas de História das Américas e História do Brasil com ênfase em temas como escravidão, nação, memória, cultura, identidade e relações raciais e de gênero. Atualmente atua em sala de aula pelo programa de Residência Pedagógica.

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Para saber mais : LIMA, Hezrom Vieira Costa. Escravidão e(m) quadrinhos: um diálogo entre a historiografia e a cultura histórica das HQ’S. História e Cultura, Franca, v. 5, n. 2, p. 183-204, set. 2016.

NASCIMENTO, Washington Santos. “São Domingos, o grande São Domingos”: repercussões e representações da Revolução Haitiana no Brasil escravista (1791 – 1840). DIMENSÕES . Vol. 21 – 2008.

SAMPAIO, Claudineide Rodrigues Lima. “O Haitianismo no Brasil e o medo de uma onda revolucionária”. In: Anais do X Colóquio de História da UNICAP/2016 ESCRAVIDÃO, ABOLIÇÃO E PÓS-ABOLIÇÃO. 2016.

STAUDT, Taíse. Rompendo os Silenciamentos Coloniais no Ensino de História: a Revolução Haitiana a partir dos Quadrinhos “A Revolução que deu Origem ao Haiti” de Laurent Dubois e Rocky Cotard. Instituto Latino-Americano De Arte, Cultura E História (Ilaach) Especialização Em Ensino De História E América Latina. 2022.

UEMORI, C. Escravidão, nacionalidade e “mestiços políticos”. Lutas Sociais, [S. l.], n. 11/12, p. 85–97, 2004.