As mulheres e as lutas pelas independências
/Juliana Kummer Perinazzo Ferreira-Ufu
/Joseângela Oliveira Santana- Ueg
A presente sequência didática visa fomentar discussões em sala de aula sobre a participação feminina tanto no processo de independência do Brasil quanto na história brasileira entre os séculos XIX e XXI. Sabemos que novos problemas, novas abordagens e novos objetos foram sendo incorporados a historiografia a partir de um movimento de revisão historiográfica (LE GOFF; NORA, 1988), e, principalmente, a partir da Nova História Cultural (BURKE, 2005). Dentre esses, a história das mulheres e os estudos feministas passaram a ser vistos com outros olhos pelas/os pesquisadoras/es, ganhando destaque dentro da História enquanto ciência.
Como afirma Michelle Perrot: “Um desejo análogo de inverter as perspectivas historiográficas tradicionais, de mostrar a presença real das mulheres na história mais cotidiana, sustentou o esforço das historiadoras nesses últimos anos.”(PERROT, 2001, p. 171).
Apesar de essas pesquisas contribuírem efetivamente para a historiografia, as mesmas demoraram um pouco para chegar às salas de aula através dos livros didáticos. Não estamos aqui menosprezando a história enquanto disciplina, mas acreditamos que a História ciência e a história disciplina escolar deveriam andar lado a lado. E, nem estamos colocando o livro didático em um pedestal, o considerando como a única fonte de estudo e trabalho tanto de professoras/es quanto alunas/os. Sabemos que a história disciplina teve também o seu processo de construção histórica e, isso influenciou muito naquilo que deveria ou não ser ensinado nas escolas.
Levantar esse debate em sala de aula é de fundamental importância, já que as mulheres ainda encontram-se invisibilizadas no processo histórico. É necessário mencionar que a inserção do termo mulher ocorreu a partir dos anos de 2008, nas fichas de avaliações do PNLD- Programa Nacional do Livro Didático , sendo resultado de muita luta dos movimentos sociais e do movimento feminista, nele como requisito de avaliação para os livros didáticos analisa se o livro: “promove positivamente, visando a uma sociedade justa e igualitária, a imagem da mulher.” (BRASIL, 2007, p. 119).
Ainda assim, o que percebemos é que ocorreu uma inclusão das mulheres em boxes e textos complementares, como se elas não fizessem parte da História e que fossem, a partir daí, ‘inseridas’ como apêndices, mantendo o processo de invisibilização e exclusão. Pretendemos com essa sequência didática colocar em destaque a discussão da temática das mulheres nas salas de aula. O que propomos são sugestões de atividades sobre algumas mulheres que contribuíram não só para a independência do Brasil como para a história das mulheres e do Brasil, na luta por mais direitos.
Acesse a sequência didática completa aqui
Para saber mais
ARAÚJO, Ubiratan Castro de. A história de Maria Felipa, Revista Raça. Disponível em: https://revistaraca.com.br/a-historia-de-maria-felipa/. Acesso em 07 de agosto de 2021.
Brasil. Ministério das relações exteriores. Bertha Lutz. Disponível em: https://www.gov.br/mre/pt-br/assuntos/paz-e-seguranca-internacionais/manutencao-e-consolidacao-da-paz/bertha-lutz. Acesso em: 10 de agosto de 2021.
CAMPOS, Lorraine Vilela. “Maria Quitéria”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/maria-quiteria.htm. Acesso em 07 de agosto de 2021.
Kits didáticos. As mulheres e a independência do Brasil. 3 x 22. Biblioteca Basiliana e Guita José Midlin. Universidade de São Paulo. Disponível em: https://portaldobicentenario.org.br/timeline/as-mulheres-e-a-independencia-do-brasil/. Acesso em: 28 de novembro de 2021.
#paratodesverem: Imagem preto e branco de uma mulher negra; com turbante na cabeça, usando um brinco e de vestido.
Sobre as autoras:
Juliana Kummer Perinazzo Ferreira é professora da educação básica nas redes municipal e estadual da cidade de Caldas Novas, Go; Licenciada em História pela Universidade Estadual de Goiás, campus Morrinhos; especialista em Formação socioeconômica brasileira e Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Salgado de Oliveira; Mestra em História pela Universidade Federal de Catalão; doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia na linha de Saberes e Práticas Educativas e integrante do grupo de pesquisa GEPEGH.
Joseângela Oliveira Santana é professora da educação básica da rede municipal da cidade de Caldas Novas- Go; Graduada em História pela Universidade Estadual de Goiás, campus Morrinhos; especialista em Formação socioeconômica do Brasil pela Universidade Salgado de Oliveira e em História e Cultura Afro-brasileira pela Faculdade Noroeste de Minas(FINOM); Mestranda em História pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Goiás (PPGHIS/UEG) Câmpus Sudoeste – Morrinhos.