Curso – Educação e Nação no Bicentenário (Aula 11)
Educação da População Negra
Com a proximidade do Bicentenário da Independência, para aprofundar os debates sobre os múltiplos significados desta importante efeméride, sobretudo no campo da educação, o Portal do Bicentenário promoveu o curso Educação e Nação no Bicentenário da Independência. Nele, professores/as e pesquisadores/as de várias partes do Brasil expõem suas visões sobre grandes temas nacionais, abordando-os no transcurso dos últimos 200 anos.
O curso foi uma iniciativa para aprofundar os debates sobre os múltiplos significados do Bicentenário da Independência, sobretudo no campo da educação sob a coordenação do professor Luciano Mendes Faria Filho (UFMG).
Aula com a professora Surya A. Pombo de Barros, sobre a educação da população negra começa analisando a tragédia evitável da pandemia do Covid-19, a qual foi ignorado pelo governo. Segundo a professora, a atual situação será material para a história futura, onde as principais notícias são a população pobre e negra que foi mais impactada.
Em seguida a professora dá um panorama sobre a educação da população negra nesses últimos 200 anos que foi rejeitada pelas instituições. Mas, desde a década de 1980, pesquisadores vem trabalhando para trazer evidências que a educação ocorria, mesmo que documentos com proibições de acesso à educação de negros escravos, ex-escravos e mestiços. Embora, não pudessem frequentar escolas, mesmo assim tinham acesso à educação por outras formas. Até o início dos anos 2000, as pessoas que se propunham a realizar algum trabalho a respeito, eram chamadas criadoras de problemas, pois era muito mais fácil aceitar que pela história, a educação a população negra era vedada e assim não falar mais no assunto, inclusive documentos recentes como a BNCC, tratavam do assunto superficialmente e consideram o mito como verdade. Porém, nos dias atuais, existem várias pessoas pesquisando e mostrando outra realidade, trazendo a público os documentos que evidenciam que a população negra tinha acesso, pois haviam alunos e também professores de origem negra, existem evidências tais como relatos de História Oral, documentos de relatos de fugas de escravos, cartas dentre outros.
A legislação na educação vem sendo modificada dando mais abertura para trabalhos sobre o tema, trazendo à tona fatos omitidos ou ignorados, a exemplo disso é o próprio trabalho que resultou na dissertação de mestrado da professora Surya, assim como outros de seus colegas. Segundo a professora, a exclusão existiu, mas a busca pela inclusão também. É preciso considerar os acontecimentos do passado para que daqui para frente hajam melhorias e a educação seja a mais inclusiva.
Acesse a aula na íntegra
Para saber mais Portal do Bicentenário
FERNADES, Fernanda. Por que o Teatro Experimental do Negro tornou-se referência em educação das relações étnico-raciais. Multirio. Notícia publicada em: 11/10/2019.
Resumo elaborado pelo acadêmico: Jone de Rezende Curso de História/FACH/UFMS.